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Cerro do Castelo da Nave

O Cerro do Castelo da Nave situa-se na freguesia de Monchique, aproximadamente a 1500 metros a sul da Nave. Encontra-se implantado numa elevação em forma de esporão (com 338 metros de altura máxima) que se destaca na paisagem e que apresenta boas condições naturais de defesa, numa zona de fronteira geológica no limite da intrusão eruptiva de sienito nefelínico e dos turbiditos (xistos e grauvaques). Muito afetado pelos trabalhos agrícolas, sobretudo relacionados com a plantação de eucaliptos, este arqueossítio encontra-se em processo progressivo de destruição desde 1993.

Este sítio arqueológico foi identificado na década de 1940 por Abel Viana, José Formosinho e Octávio da Veiga Ferreira. Os autores da descoberta verificaram evidências de uma terraplanagem no topo da elevação, de modo a formar um planalto com uma área de cinquenta por trinta metros. Detetaram, também, vestígios de um recinto fortificado, concretamente a presença de uma muralha robusta nos lados norte e nascente. Além disso, foram recolhidos diversos fragmentos cerâmicos atribuídos à Época Romana, mas também a uma época mais recente - Alta Idade Média. Em suma, através de uma pesquisa superficial os três investigadores classificaram o local como sendo “um pequeno povoado de feição castreja” (castro romanizado) e desde então este arqueossítio foi associado a uma fortificação romana.

Várias décadas volvidas e, em 2002 e 2005, este local foi alvo de prospeções arqueológicas. Neste sentido, constatou-se a existência de uma zona castelar (fortificação) na elevação e de uma zona habitacional na plataforma mais baixa - que lhe fica associada pela vertente norte. Os dados obtidos acabaram por invalidar a cronologia romana, remetendo-a agora, unicamente, para o período islâmico – entre os séculos X/XI-XII/XIII. Na zona castelar detetou-se uma assinalável quantidade de materiais cerâmicos, bem como evidências de estruturas arqueológicas - salientando-se uma provável torre maciça na face setentrional e um segmento amuralhado com cerca de dez metros de comprimento na face oriental. Todavia desconhece-se a planta da fortificação, bem como a extensão da zona habitacional.

O sítio arqueológico do Cerro do Castelo da Nave corresponderá a um assentamento rural islâmico com uma estrutura bem definida – uma pequena fortificação no ponto mais elevado e uma zona residencial na parte mais baixa. Tendo em conta a sua localização e o grande domínio visual que se obtém do seu topo, certamente corresponderia a um importante posto de vigia e de defesa que controlaria o corredor natural sul que permite a travessia da Serra de Monchique. Assim sendo, é provável que este arqueossítio corresponda ao castellum de Munchite mencionado na sequência da conquista de Silves em 1189.

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